18 julho 2012

Rumo a erradicação da poliomielite


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10/07/2012
Rumo à erradicação da poliomielite
Tipo de artigo: PRIMARY

The Lancet. 2012; doi:10.1016/S0140-6736(12)60648-5.

Eficácia das vacinas monovalentes, bivalentes e trivalentes
Eficácia das vacinas monovalentes, bivalentes e trivalentes
Introdução
O Paquistão e o Afeganistão são dois dos três países que ainda restam para interromper a transmissão do poliovírus do tipo selvagem. A crescente incidência de poliomielite nesses países durante 2010 e 2011 levou a Diretoria Executiva da OMS em janeiro de 2012 a declarar a erradicação da poliomielite um "programa de emergência para a saúde pública mundial". Nosso objetivo foi estabelecer por que a incidência está aumentando nesses países apesar de programas inovadores que incluem a introdução de novas vacinas.
Métodos
Foi feita uma análise de caso-controle baseada em um banco de dados de 46.977 crianças com idade de 0 a 14 anos com manifestação de paralisia flácida aguda entre 1 de janeiro de 2001 e 31 de dezembro de 2011. O histórico de vacinação das crianças com poliomielite foi comparado com o de crianças com paralisia flácida aguda devida a outras causas a fim de estimar a eficácia clínica de vacinas orais contra o poliovírus (VOP) no Afeganistão e no Paquistão por regressão logística condicional. Foi feita a estimativa da cobertura de vacina e da imunidade da população induzida por vacina específica do sorotipo em crianças com idade de 0 a 2 anos. Avaliou-se sua associação com a incidência de poliomielite ao longo do tempo em sete regiões do Afeganistão e do Paquistão.
Constatações
Entre 1 de janeiro de 2001 e 31 de dezembro de 2011, houve 883 casos de poliomielite de sorotipo 1 (710 no Paquistão e 173 no Afeganistão) e 272 casos de poliomielite de sorotipo 3 (216 no Paquistão e 56 no Afeganistão). A eficácia clínica estimada de uma dose de VOP trivalente contra poliomielite de sorotipo 1 foi de 12,5% (95% IC 5,6—18,8) em comparação com 34,5% (16,1—48,9) para VOP monovalente (p = 0,007) e 23,4% (10,4—34,6) para VOP bivalente (p = 0,067). A VOP bivalente foi não inferior em comparação com a VOP monovalente (p = 0,21). A cobertura de vacinação diminuiu durante o período de 2006 a 2011 nas Áreas Tribais Sob Administração Federal (FATA), Baluquistão e Khyber Pakhtunkhwa (Fronteira do Noroeste) no Paquistão e no sul do Afeganistão. Embora parcialmente mitigada pelo uso de vacinas mais eficazes, essa redução de cobertura resultou na diminuição da imunidade da população induzida por vacina ao poliovírus de sorotipo 1 na FATA e no Baluquistão e o respectivo aumento de incidência de poliomielite.
Interpretação
A eficácia da VOP bivalente é comparável à da VOP monovalente e pode, portanto, ser usada para erradicar a poliomielite de sorotipo 1 e minimizar os riscos de surtos do sorotipo 3. No entanto, a diminuição na cobertura das vacinas em partes do Paquistão e do sul do Afeganistão limitou bastante o efeito desta vacina.

O’Reilly KM, Durry E, ul Islam O, et al. The effect of mass immunisation campaigns and new oral poliovirus vaccines on the incidence of poliomyelitis in Pakistan and Afghanistan, 2001–11: a retrospective analysis. The Lancet. 2012; doi:10.1016/S0140-6736(12)60648-5.

23 janeiro 2012

Acidentes - Vacine-se Já!


Já estamos tão acostumados a escutar notícias sobre acidentes e tragédias que nem mais percebemos sua real dimensão e acabamos descuidando de sua prevenção.
Para se ter idéia do tamanho dos números, podemos comparar com a queda de um avião, há não muito tempo atrás a queda de uma aeronave no coração da Amazônia comoveu o país, depois foi a vez do vôo que se dirigia para a França se despedaçar no mar e novamente ser manchete por muitas semanas (que continua até hoje, em noticiários esporádicos). Pois bem, no Brasil morrem de forma violenta cerca de 240 (duzentas e quarenta) pessoas por dia, a maioria jovens, e isso representa um “Boing” caindo diariamente.

No verão os acidentes de trânsito e os afogamentos batem tristes recordes, aumentando cada vez mais as estatísticas, mas as ações preventivas continuam ineficazes, parece que estamos anestesiados e certos de que nada de ruim nos acontecerá, pois são apenas notícias e não nos dizem respeito.

Quem de nós não sabe que direção e álcool não combinam? Alguém arrisca desconhecer a necessidade do uso do cinto de segurança e do capacete? Atravessar a rua em somente em faixas de pedestres será mesmo necessário? Por que respeitar os limites de velocidade?

Podemos ficar enumerando as atrocidades que cometemos e fingimos desconhecer em nosso dia a dia, para depois lamentarmos e procurar culpados ao nosso redor e nas instâncias superiores, assim fica mais fácil seguir praticando nossos dolos sem peso na consciência.

A ordem é Vacine-se Já! 

Reveja suas atitudes, avalie as conseqüências. O fato de “estar de férias” não é desculpa para não proteger a si, aos seus e aos outros. A pressa e o estresse diário dos momentos de trabalho, não podem ser substituídos pela negligência, pois você não trocou de biografia, apenas está mais relaxado e precisa voltar para casa com as baterias recarregadas.

Pense nisso!

17 janeiro 2012

Retorninho...


A Medicina é uma arte, um sacerdócio, disso ninguém duvida ou coloca em suspeita. Porém, ao mesmo tempo todos aceitam o fato de que de médico e louco todo mundo tem um pouco. Na primeira uma verdade irrefutável, na segunda um mito totalmente desprovido de lógica.

Para que alguém chegue a condição de médico ele deve ter passado por diversas e árduas etapas, que iniciam muito antes da fase universitária, pois para ser estudante de medicina há que superar um sem números de concorrentes, todos eles bem preparados, porém somente alguns terão a chance de entrar para o seleto grupo de acadêmicos da medicina.

É durante o período de universidade que as provações mostram-se mais penosas e nem todos conseguem alcançar a glória da formatura. Até esse instante só existem glórias. O drama começa no “Day after”, pois após tantas agruras, imagina-se o Olimpo para quem já ultrapassou todas essas fases... coitado!

Não imagina o recém-formado que o mundo conspira contra, qualquer um desconfia de seus diagnósticos e uma minoria segue suas orientações. Lamentável. Até os balconistas de farmácia sabem mais que ele. Lamentável. Caso peça exames complementares, bons técnicos mostram-se seus algozes e cravam pesadas farpas em suas hipóteses. Lamentável.

Quando o profissional alcança um status mais ameno e já consegue estabelecer suas hipóteses, apesar das nefastas influências do meio onde está inserido, surge o fantasma do “retorninho”. Já não basta acolher, escutar, examinar, formular hipóteses, prescrever e arcar com a responsabilidade desses atos e ainda tem que escutar quando será o “retorninho”, em outras palavras: quando irá prestar um novo atendimento a custo zero, dividindo por dois aquilo que recebeu como honorários no primeiro momento. Lamentável.

A legislação brasileira já reconhece a inexistência dessa monstruosidade, mas a cultura popular insiste em manter viva uma prática que desmotiva, descaracteriza e inviabiliza a atividade profissional médica.

Até quando?

 
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